60% dos universitários brasileiros têm o sonho de abrir o próprio negócio
Se até pouco tempo atrás o sonho dos
jovens da área de TI era se formar e conseguir emprego em uma grande
multinacional, hoje o cenário é outro. Segundo pesquisa realizada pela
Endeavor Brasil, organização que trabalha na promoção do
empreendedorismo, 60% dos universitários brasileiros têm o sonho de
abrir o próprio negócio. Neste sentido, o país se alinha a uma tendência
mundial.
Como qualquer “sonho”, este também não é nada fácil de
ser alcançado. As “start-ups” ((lê-se “startapes”)) – empresas jovens
de base tecnológica – são um fenômeno em todo o mundo; e também no
Brasil. Mas com toda a burocracia do país, essas apostas enfrentam
desafios de gente grande por aqui.
"A velocidade de abrir e fechar uma empresa, os fatos jurídicos e,
principalmente, as leis trabalhistas precisam ser revistas para dar
vazão a este jovem que quer montar o próprio negócio receba qualidade de
investimento que seja beneficiada com ajuda do governo", afirma Ricardo
Sodré, sócio-fundador da Project A.
Um dos primeiros obstáculos para se começar um negócio
é “onde trabalhar”. Este casarão alugado na zona sul de São Paulo foi a
solução que dois estrangeiros encontraram para montar uma gráfica
online. O legal é que eles reuniram outras oito start-ups para dividir
os gastos e compartilhar o local de trabalho. Melhor ainda é que solução
foi além de resolver a questão física do negócio e pode servir de
exemplo pra muita gente.
"Além do espaço físico, as pessoas colaboram umas com
as outras e se ajudam e você tem uma cooperação, porque o jovem
obviamente não tem maturidade no negócio (ele está começando a carreira)
e toda a colaboração é bem-vinda", completa Sodré.
Depois da ideia na cabeça, outro grande desafio que os
jovens empreendedores enfrentam e, talvez, dos mais determinantes para
um projeto sair do papel, é o dinheiro! Sem exceção, toda start-up
precisa de uma rodada inicial de investimento. Normalmente, esse
primeiro aporte vem de amigos, familiares ou até de um cofrinho
recheado. Mas esse primeiro investimento dificilmente é suficiente...
Mas há boas novidades nesse assunto.
Anunciado no meio do ano passado, o projeto “Start-up
Brasil” tem como objetivo financiar aceleradoras e start-ups para
fomentar o ecossistema brasileiro. Recentemente, o governo anunciou as
nove aceleradoras que vão integrar o programa. As aceleradoras vão
investir 36 milhões de reais em até 100 empresas em estágio inicial, no
período de 12 meses.
"É uma iniciativa nova que sinaliza que o governo sabe
que o empreendedorismo é o futuro da geração de empregos no país",
aponta o sócio-fundador da Project.
Ainda assim, o Brasil está bem atrasado em relação a
países como os Estados Unidos, por exemplo – principalmente se comparado
ao Vale do Silício, na Califórnia – berço das maiores empresas de inovações tecnológicas do mundo. Lá existe todo um
ecossistema favorável às start-ups. Veja o Facebook, hoje a maior rede
social da web. Você acha que Mark Zuckerberg entendia algo sobre termos
jurídicos, financiamento e contabilidade quando teve a ideia de criar o
Facebook? A diferença é que lá, quando ele surgiu com a ideia, teve
enorme apoio de serviços e pessoas que ajudaram a empresa a se
posicionar.
Outro conceito que precisa ser trazido para o nosso
mercado é que montar uma start-up é um investimento de risco e qualquer
um pode falhar. Um exemplo de que nem sempre o mercao enxerga as
oportunidades é o serviço de música online Pandora. Há pouco tempo, o
Pandora abriu seu capital na bolsa de valores norte-americana. Mas,
antes de receber seu primeiro investimento, o fundador do Pandora teve
nada menos do que 300 rejeições de investidores.
"Você tem de ter um conceito de resiliência e não
pode desistir do seu sonho. Você tem adaptá-lo ao que você está
recebendo do usuário que está testando o seu consumidor, ajustando o
'Business', mas você não pode desistir", aconselha.
Por último, para quem tem a pretensão de empreender e
abrir seu próprio negócio é extremamente importante entender o conceito
de start-up.
"Startupa não são versões pequenas de grandes
empresas. Startups são hipóteses nas quais você busca um modelo de
negócio que seja escalável. Para isso, é preciso testar suas chances.
Se você também tem uma ideia, acredite nela: esse é o
primeiro passo. Depois, arregace as mangas e vá à luta. Uma das boas
oportunidades está no programa “Startup Brasil”. Por ele, cada startup
receberá do governo 200 mil reais para o desenvolvimento do negócio em
até 12 meses. As empresas em estágio inicial que quiserem se inscrever
terão que ter menos de três anos de atuação no mercado. Entre os
critérios de seleção para as startups estão elementos como equipe, plano
de negócios e grau de inovação. Para conhecer mais sobre o projeto,
confira o link logo abaixo do vídeo deste vídeo e boa sorte!
Nenhum comentário:
Postar um comentário