terça-feira, 19 de março de 2013

4 grandes desafios para o novo chefe do Android

Fusão, rentabilidade, desenvolvimento e concorrência são as tarefas do novo coordenador do sistema operacional
 

Reprodução
Sundar Pichai

Sundar Pichai chegou ao Google em um tempo que o foco deixava de ser a busca. Em 2004, a companhia começava a planejar seu navegador e ele foi fundamental na construção do que viria a ser o browser mais popular do mundo, o Chrome. Tanto fez que o indiano tornou-se coordenador do setor.

Àquela época mal falava-se também em sistemas móveis, fato que só ocorreria meses mais tarde com a chegada de Andy Rubin -- presidente do Android até semana passada. Com sua saída, Pichai passa a acumular a função junto com a presidência do Chrome. Mais que lidar com a extensa jornada de trabalho, ele terá muitos desafios com os dois grandes sucessos do Google.

Fusão
Unir as plataformas traria mais integração para os serviços da empresa, estimularia o crescimento de computadores portáteis com Chrome OS e facilitaria a vida de desenvolvedores e de fabricantes. Há bons motivos para crer numa provável fusão a longo prazo, embora seja difícil fazê-la.

O grande embate dá-se na missão diferente dos produtos. O Chrome, assim como o Chrome OS, se constroi sobre as bases da internet, realocando serviços para nuvem. Não à toa Pichai também esteve por trás do Google Drive e outros aplicativos online.

Depender da web já não é a vontade do Android. O sistema de código-aberto é explorado por fabricantes ao passo que torna-se mais acoplado ao hardware, com especial atenção para aplicativos nativos. Um bom exemplo é o Facebook, que consegue entregar performance melhor desde que optou pelo programa pensado para o sistema operacional, em agosto passado.

Rentabilidade
O Android não traz dinheiro ao Google -- ao menos não diretamente, uma vez que é de código-livre. O Chrome, ao contrário, tem suas cifras. A companhia fatura com o navegador graças à publicidade.

O esquema tem se mostrado pouco eficiente nos smartphones. Segundo o jornal britânico The Guardian, o Android rendeu menos de US$ 550 milhões desde sua estreia. Pichai deverá encontrar uma maneira de monetizar o sistema operacional antes que ele passe a consumir mais do caixa da empresa do que o esperado.

Desenvolvimento
Semana passada a Samsung anunciou com pompa e circunstância seu novo smartphone topo de linha, o Galaxy S4. Entre o hardware impressionante e usuários embasbacados, há um sistema operacional que é constatemente explorado pela fabricante. Talvez, mais que pelo próprio Google.

O recurso que rola uma página segundo as pupilas oculares surpreende por ele mesmo, mas também porque roda sobre o Android Jelly Bean. A versão 4.2 existe desde outubro do ano passado e a empresa coreana foi a primeira a apresentar a novidade, ao contrário do próprio Google. Se deixar o bonde passar, a companhia pode perder as rédeas do sistema operacional para aqueles que foram fundamentais na sua popularização.

Concorrência
O Android tem alcance incontestável atualmente. Segundo Larry Page, presidente do Google, há 750 milhões de aparelhos ativos com o sistema operacional. A marca é expressiva, mas não intimida outras companhias.

A Microsoft tem menos anos de vida no mercado de aparelhos móveis, mas já arrancou uma parceria da Nokia com seu Windows 8. A Blackberry insiste em seu sistema operacional enquanto dá uma guinada nas suas operações com a mudança de nome e de foco da companhia. A Apple continua a encher os olhos de usuários pelo mundo. Até a Samsung, ela novamente, começa a caminhar com seu OS, o Tizen.

O Android trouxe vários dos serviços mais utilizados da internet para o smartphone, notadamente aqueles oferecidos para o Google. O conceito de web móvel do sistema operacional, contudo, é aplicável a seus concorrentes. E o ditado diz que mais difícil que chegar ao topo é manter-se nele.
 

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