sexta-feira, 29 de março de 2013

Rede social para colorir muros levou quase um ano para ficar pronta

Conversamos com um dos responsáveis pela ideia de buscar cor com a ajuda da arte


Reprodução
Color+City



“Mais cor, por favor!”. Com esse lema foi apresentado na última segunda-feira, 25, o Color+City. O projeto é uma espécie de rede social que permite a qualquer pessoa doar seu muro para alguém pintá-lo como desejar.



“A ideia é que as pessoas deixem a cidade mais colorida, seja através do grafite ou de qualquer outra arte. Se um grupo de crianças quiser pintar um muro seria lindo também. Queremos cor!”, explica Roberto Martini, CEO da Flag, uma das responsáveis pelo projeto, ao Olhar Digital.



O conceito foi criado por Gabriel Pinheiro e Victor Garcia, entusiastas da arte de rua. Ao todo, o projeto levou 11 meses para concretizar-se.



Quem for proprietário de um muro e quiser dar cor a ele pode utilizar o Color+City para doar o espaço a um artista. Quem escolher pintar aquela parede terá o local reservado por 35 dias. Cada pessoa tem direito a apenas um muro por vez.



O dono do espaço pode até conversar com o pintor e combinar algo com ele, mas o artista tem 100% de autonomia na arte que fará. Com isso, ninguém pode cobrar pela área nem pela pintura. É uma troca.



O bacana é que, além de o proprietário poder subir fotos do muro, o grafiteiro consegue montar seu portfólio pelo Google+. Assim, fica mais fácil de ambos escolherem o melhor espaço e o artista ideal.



A Flag abraçou o projeto e passou a apresentá-lo a uma série de empresas. Muitas se tornaram parceiras e ajudaram na concretização da rede social. Uma das companhias que mais colaborou foi o Google, que já havia lançado, na semana anterior, uma galeria digital com fotos de muros grafitados em São Paulo.


Reprodução 


“O projeto foi desenvolvido em grupo, cada um ajudando um pouco. A Flag/CUBOCC estruturou, criou e produziu; o Google entrou com tecnologia e ajudou a custear parte do projeto; diversos parceiros fizeram a sua parte, desde a divulgação, engajamento a outras coisas”, conta Martini.



O Color+City estreou em São Paulo, mas funciona no mundo inteiro. Qualquer um pode participar. “É um projeto para o mundo, e não somente para São Paulo. No primeiro dia já tivemos muros sendo doados em muitos lugares do Brasil. A ferramenta não tem nenhuma restrição”, diz Martini.



Para o usuário cadastrar-se e doar um muro ou escolher um para pintar, tudo o que ele precisa é de uma conta no Google+. Todo o resto é gratuito. “É importante mencionar que esse projeto só aconteceu porque ele faz sentido para todas as pessoas que se envolveram na construção dele. Por isso é um grupo tão grande, como você poderá ver no rodapé do site. E esse grupo já está crescendo. No primeiro dia, diversas pessoas, marcas e organizações se ofereceram para ajudar. É um projeto sem dono e com a parceria de muitos. Só assim foi possível colocá-lo no ar e só assim será possível mantê-lo funcionando”, conclui um dos responsáveis pela ideia.



Entenda o ataque que abalou a internet

Saiba como se dá uma ofensiva DDoS e o que aconteceu com o site da Spamhaus



http://kevingilmour.net/
Ciberataque
Nesta semana aconteceu o maior ciberataque da história. Uma briga entre a Spamhaus,  organização anti-spam, e a hospedeira de sites Cyberbunker, que estava na lista negra do grupo, quase derrubou a internet em diversas partes do mundo. (Saiba mais aqui)

A ofensiva, considerada seis vezes mais agressiva que as direcionadas a bancos, usou uma estratégia já conhecida, a de negação de serviço distribuído (DDoS, na sigla em inglês). Para entender como se dá esta agressão, o Olhar Digital conversou com o analista de segurança da Ananke, Guilherme Bistolfi.


O especialista explica que um ataque de negação é identificado pela mudança no fluxo de acessos a um site - ou seja, de repente, um número de “pessoas” muito acima do normal tenta acessá-lo simultaneamente. Imagine uma situação hipotética em que o Olhar Digital seja o alvo. O analista dos nossos servidores avalia de onde estão vindo os acessos, quem são as pessoas envolvidas e quais as páginas que estão gerando essas entradas. Caso o aumento da audiência não seja justificado pelo apelo de uma matéria bombástica (morte de Steve Jobs, por exemplo), tudo aponta para uma invasão.

Como os ataques DDoS utilizam uma rede de máquinas zumbis, que tentam acessar ao mesmo tempo a página de um site, há sobrecarga no servidor, que fica, então, impossibilitado de atender a todas as requisições simultâneas. É como abrir vários programas no computador ao mesmo tempo: ele fica lento e até pode travar. Para evitar que o servidor entre em colapso e pare de funcionar, o analista pede para que o seu fornecedor barre todos estes acessos.


"É como se fosse um condomínio em que o prédio é o Data Center e o elevador é o link interno que leva as informações para o térreo (site). O que fazemos é pedir que o fornecedor vete os acessos desses computadores zumbis já na entrada do prédio, assim ele não cai. Se o elevador ficar lotado, imagine o que pode acontecer", brinca.


Normalmente, um ataque DDoS de 50 Gb/s (gigabits por segundo) é suficiente para derrubar um site de banco. Mas no episódio desta semana a equipe da Spamhaus sofreu agressões de até 300 Gb/s por cerca de sete dias. Os computadores que formam a botnet (rede autônoma e automática) enviaram solicitações aos servidores DNS que, por estarem com problemas, direcionaram todas as solicitações ao site da Spamhaus.


Os DNS são responsáveis por direcionar os endereços dos sites digitados, como www.olhardigital.com.br, por exemplo, ao seu local de destino. Assim, ao digitar a URL de uma página, ele informa ao computador qual é o IP de destino. A partir daí, o servidor é acessado e o site escolhido aparece na tela.


No caso da Spamhaus, quando o fluxo de dados nos servidores chegou a 100 Gb/s, já tinha sido qualificado como um dos maiores ataques registrados. Para ajudar na defesa, o grupo anti-spam contratou uma empresa de segurança chamada CloudFlare, que acabou se tornando alvo dos hackers também. No blog da companhia, há mais informações sobre o movimento online. Cliqueaqui para ler o post (em inglês).

Google registra imagens de cidade deserta para o Street View

Cidade de Namie, atingida pelo desastre de Fukushima no Japão, foi fotografada a pedido do prefeito


Google
streetview namie
Google sempre se mostrou disposto a ir a alguns lugares inóspitos para gerar imagens inusitadas do Street View. Desta vez os carros especiais da empresa circularam pela pequena cidade de Namie, no Japão. O que ela tem de especial? Ela foi atingida pelo desastre nuclear de Fukushima e está deserta há dois anos.

Google começou a explorar a cidade ainda no início do mês de março a pedido do prefeito da cidade, Tamotsu Baba. Ele queria mostrar ao mundo a crise que sua cidade atravessa, bem como informar aos ex-habitantes do local a situação do município que abandonaram.

"Muitos dos habitantes deslocados pedem para ver o atual estado de sua cidade e há um bom número de pessoas no mundo que querem ter uma noção melhor de como o acidente nuclear atingiu as comunidades vizinhas a Fukushima", diz o prefeito.

As imagens já estão disponíveis, tanto no Street View, como no site Memories for the Future, apoiado pelo Google, que tenta reunir as imagens de destruição do acidente.

"Nós gostaríamos que você visse as imagens do Street View para entender o atual estado de Namie e a enorme gravidade da situação", afirma Baba. Entre as cenas registradas estão casas e prédios destruídos, e barcos de pesca encontrados a quilômetros da costa, carregados pelo tsunami.

OLHAR DIGITAL

Anonymous convoca ataque global contra o Facebook

Grupo planeja investida contra suposta censura da rede social

anonymous
O grupo de ciberativistasAnonymous lançou um chamado global contra oFacebook nesta manhã. Nomeada #OP TRUTH FORCE (do inglês, Operação Força Verdadeira), a investida é motivada por possíveis atitudes censoras da rede social.

"Nós temos testemunhado um número crescente de contas deletadas e bloqueadas de usuários que ousam ridicularizar, satirizar ou contrariar líderes políticos e corporações envolvidas com política", afirma o grupo.

O ataque coletivo consiste em lotar o Facebook com este tipo de material. Ao passo que é uma tomada mundial, o grupo espera tornar impossível a moderação de todo o conteúdo na rede social. 

A operação está marcada para o dia 6 de abril a partir da 1h (22h do dia 5 de abril pelo horário de Brasília) e deve durar 24 horas. A data escolhida relaciona-se a outros movimentos sociais. Foi o dia em que Mahatma Ghandi convocou o povo indiano à luta pacífica contra a Grã Bretanha. Anos depois a data também marcaria o início da sedição popular egípcia.

OLHAR DIGITAL

quinta-feira, 28 de março de 2013

Médicos usam Big Data para curar o câncer

Grupo norte-americano de oncologia vai coletar dados de pacientes para ajudar em tratamentos futuros

Reprodução
Big data na medicina
Um grupo norte-americano de oncologia lançou um projeto ambicioso para coletar dados de centenas de pacientes de câncer. Segundo o Wall Street Journal, a ideia é usar Big Data para arrecadar informações que ajudarão em tratamentos futuros de pacientes em todo sistema de saúde.

Com a tecnologia, médicos poderão consultar o banco de dados e fazer pesquisa para obter aconselhamento sobre tratamentos. Todas as informações terão como base os dados de pessoas que possuem doenças similares.

A coleta e análise dos dados médicos, contudo, é repleta de desafios. Um deles é encontrar softwares que aceitem informações clínicas provenientes dos mais diversos equipamentos de saúde, como um eletrocardiograma, por exemplo.

No caso do grupo norte-americano, uma tecnologia, ainda em protótipo, conseguiu recolher cerca de 100 mil registros de câncer de mama de 27 hospitais diferentes que usam outros tipos de equipamentos eletrônicos.

Cerca de 1,6 milhão de americanos são diagnosticados com câncer a cada ano, mas em 95% dos casos os detalhes dos tratamentos são trancados em arquivos ou em sistemas eletrônicos isolados.

"Há um tesouro de informações nestes casos", disse Allen Lichter, chefe do do grupo. "Isso poderá salvar muitas vidas", finalizou.

O projeto deve começar oficialmente entre 12 e 18 meses.

Para saber mais sobre Big Data, leia aqui uma matéria.

Olhar DIgital
 

Facebook libera chamadas telefônicas gratuitas via Android e iOS no Brasil

Recurso está disponível para usuários das últimas versões do aplicativo do Facebook e do Facebook Messenger

Facebook App




Mashable
Anunciado semana passada, o recurso de chamadas gratuitas pelo aplicativos móveis do Facebook também está disponível do Brasil. A informação partiu de um dos engenheiros de softwares da companhia, o brasileiro Thiago Hirai.

A função não aparece em primeiro plano na plataforma. Após selecionar um contato da lista do Facebook, o usuário deve apertar o botão "i". Uma janela se abrirá oferecendo a opção de chamada telefônica gratuita.

A função está disponível para usuários da última versão do Facebook para iOS e Facebook Messenger para iOS e Android. É preciso que os dois lados da ligação utilizem um dos aplicativos para que ela seja realizada.

Segundo Hirai, as chamadas via Facebook móvel já estão disponíveis para 95% dos usuários do país.

Olhar Digital 

Rockstar divulga 10 novas imagens de GTA V

GTA
Screenshots mostram até jogo embaixo d'água



Para a alegria e ansiedade dos fãs, a Rockstar divulgou, nesta quarta-feira, 21, algumas screenshots de GTA V.

As imagens trazem um personagem com roupas de mergulho no fundo do mar, outro pulando de paraquedas, uma cena de destruição com metralhadora, belas paisagens e muito mais.

Os gráficos são belos e de tirar o fôlego. Confira:

ReproduçãoReprodução ReproduçãoReproduçãoReproduçãoReproduçãoReproduçãoReproduçãoReproduçãoReprodução

GTA V deverá ser lançado no dia 17 de setembro. Ainda não se sabe para quais plataformas. Veja os dois trailers divulgados até agora:




 

Electronic Arts anuncia Battlefield 4


battlefield

Novo jogo de tiro em primeira pessoa será lançado no terceiro trimestre

Electronic Arts
A Electronic Arts finalmente mostrou oficialmente o jogo Battlefield 4. A nova edição do principal jogo de tiro em primeira pessoa da empresa chegará ao mercado no terceiro trimestre deste ano, apenas para o Xbox 360, Playstation 3 e o PC.

Espera-se, no entanto, que em breve seja anunciada uma versão do jogo para os novos consoles, o Playstation 4, que já foi confirmado pela Sony, e o Xbox 720, que ainda não tem data de apresentação marcada.

Segundo a EA, Battlefield 4 terá vários elementos da parte multiplayer incorporadas à campanha single-player, como os campos de batalha abertos, utilização de veículos.

O jogo, desenvolvido pela DICE, rodará sobre a engine proprietária Frostbite 3, que será inaugurada neste jogo.

Para apresentar o jogo, a EA divulgou um vídeo com 17 minutos da campanha single-player do game. Confira:


 

Olhar Digital

quarta-feira, 27 de março de 2013

Yahoo! paga US$ 30 milhões em app criado por garoto de 17 anos

Aplicativo que resume notícias já foi baixado mais de 500 mil vezes


BBC
Nick D'Aloisio
O Yahoo! anunciou, nesta segunda-feira, 25, que adquiriu por US$ 30 milhões o Summly, aplicativo que resume notícias.

Criado há dois anos por Nick D’Anosio, um garoto londrino que hoje tem 17 anos, o aplicativo é um sucesso. Ele foi baixado mais de 500 mil vezes e já conseguiu mais de US$ 1 milhão em investimentos (saiba mais).

Agora o serviço será encerrado e Nick irá trabalhar no Yahoo!. “Nós vamos remover o Summly da App Store hoje, mas aguarde. Nossa tecnologia de resumo logo estará de volta em vários produtos do Yahoo!”, escreveu Nick em seu site.

Há cinco dias, a empresa também comprou o Jybe, outro aplicativo que permite aos usuários fazerem recomendações um ao outro.
 OLHAR DIGITAL

Sony prepara seu 'Google Glass'

Companhia tem patente de um produto cujo conceito é bem parecido com o da gigante de buscas



Reprodução
Google Glass
No meio do ano passado, quando o mundo ainda se acostumava à ideia do Google Glass, a Sony conseguiu patentear algo que se aproximava dos óculos da gigante de buscas. Agora, quando já se conhece o produto do Google, a Sony conquistou outra patente, de um óculos ainda mais parecido com o conceito da rival.

O primeiro documento, segundo o TechCrunch, foi arquivado em novembro passado, e o atual dá continuidade ao projeto, adotando um modelo mais prático. O primeiro sequer tinha a haste central que segura as lentes (veja abaixo).

Reprodução

A grande diferença entre os óculos de Google e Sony é que, enquanto o primeiro só exibirá informações em uma das lentes, o outro terá conteúdo nas duas.

A tela interativa fica por trás das lentes e são milimetricamente móveis, permitindo ajustes. Há fones de ouvido montados em pequenos braços e, apesar de não ser mencionado o tipo de conteúdo a ser exibido, a interface parece ser em 2D.

Reprodução

Olhar Digital 

Google lança ferramenta para calcular impacto da publicidade mobile

Serviço traz diversas métricas para saber o custo-benefício de sua campanha


Divulgação
Google calculadora
O Google lançou, nesta terça-feira, 26, um novo serviço para mensurar o impacto da publicidade mobile feita com suas ferramentas. Batizada de Full Value of Mobile, a calculadora ajuda a acompanhar os efeitos das campanhas feitas com o Google.

De acordo com a empresa, configurar a calculadora demora apenas 30 minutos. E, com ela, é possível obter números como o ROI, valor por clique e o custo-benefício de sua campanha.

Em um post em um dos blogs do Google, Johanna Werther, chefe de marketing da área de propagandas mobile, nota que o objetivo da ferramenta é fazer os anunciantes enxergarem o contexto completo de sua campanha.

O Google já havia feito outros esforços nesse sentido, como quando extendeu o Analytics do AdWords para os dispositivos mobile.

A calculadora está sendo lançado no mesmo dia que o Yelp também coloca no mercado sua ferramenta para estimativas de impacto do serviço.
 
OLHAR DIGITAL

 

O Buscapé quer comprar sua startup

VP de desenvolvimento de negócios da companhia diz que eles estão de olho no mercado e dá dicas para quem quer emplacar uma nova ideia

Divulgação
Buscapé




A história do Buscapé é bastante parecida com a de diversas startups norte-americanas, mas com uma diferença fundamental: ela aconteceu no Brasil. Desde 1999, ano em que o site foi lançado, a empresa se tornou sinônimo de caso de sucesso no país, com aportes milionários, fusões estratégicas e aquisições rentáveis.


Os fundadores Romero Rodrigues, Rodrigo Borges, Ronaldo Takahashi e Mario Letelier conseguiram atrair investidores como a E-Plataform, Merrill Lynch, Unibanco e Brasil Warrent (grupo Moreira Salles). E conquistaram injeções de US$ 500 mil e US$ 6 milhões em um pequeno espaço de tempo. Em três anos, com o caixa cheio, a empresa se tornou rentável.

Mais de uma década depois, o Buscapé planeja continuar sua trajetória dirigindo empresas que Reproduçãotenham o mesmo potencial de crescimento. Segundo o VP de desenvolvimento de negócios, Guga Stocco, a companhia está de olho no mercado para incorporar à companhia tecnologias e ideias novas.

“Criamos um ecossistema que se retroalimenta, mas que depende de inovação. Por isso a gente analisa o mercado o tempo todo para realizar aquisições e fusões que nos agreguem coisas que precisamos no momento. O programa ‘Sua ideia vale um milhão’ é um dos nossos melhores canais de inovação”, comentou o executivo em entrevista ao Olhar Digital.

Nos parágrafos abaixo, você confere o bate-papo completo com o executivo, que nos contou, entre outras coisas, o que é preciso fazer para emplacar uma boa ideia no Buscapé.

Quem são os concorrentes do Buscapé? Vocês estão em uma situação confortável no mercado?

Nós somos uma grande ferramenta para empresas da web, então, ao mesmo tempo que competimos com algumas delas também as ajudamos. Um usuário que vai comprar algo e faz uma pesquisa no Google deixa de entrar no Buscapé, mas se o internauta lembra desde o início do nosso site, o Google torna-se um aliado. O buscador é que vai destinar a pessoa para o nosso site - isso se ela não digitar nosso endereço direto no navegador. Ou seja, nós daremos tráfego ao Google e eles nos direcionarão ao internauta. Com a Amazon é praticamente a mesma coisa. Ela pode ser nosso cliente, já que conseguimos listar seus produtos no site, como podem ser nosso concorrente, caso o internauta entre diretamente na página deles para realizar uma compra.

Em outros negócios, como o BCash, competimos com o PayPal. A loja que nós indicamos no site, nossa cliente, pode optar em colocar o sistema do concorrente e não o nosso. Mais uma vez um cliente pode se tornar uma espécie de concorrente.

Qual é a atual estratégia do Buscapé? Vocês compraram muitas empresas ao longo destes anos e atuam em áreas diferentes na internet. Comente sobre estas novas modalidades.

O Buscapé é composto por 18 empresas e 35 fundadores, que foram incorporados em aquisições e fusões. Temos um ecossistema extremamente complexo com muitos competidores e parceiros ao mesmo tempo. Então, trabalhamos para nos defender em todos os pontos em que temos concorrentes.

Nossa estratégia é oferecer ao consumidor serviços para todo o ciclo de compras na web. Desde o conhecimento sobre um produto, que acontece através da mídia e marketing, passando por um local que ofereça informações valiosas sobre o item, como um site especializado, chegando a comparação de preços, compra online e venda do produto antigo.

Dessa forma, a gente consegue oferecer uma experiência completa para o usuário. A Lomadee é a responsável pelo nosso marketing, uma empresa de mídia com programa de afiliados que tem mais de 190 mil sites e administra mais de 2 bilhões de páginas. Na parte de informações a gente cria empresas verticais para fomentar o todo: temos o Bondfaro, que faz reviews de produtos, o Moda It que fala sobre tendências, e o ShopCliq que faz a intenção de compra, mostrando o que você gosta.

Na parte de decisão temos o próprio Buscapé, que compara os preços, e o Save.me que compara os serviços, basicamente. Pulando para a parte de ação chegamos ao pagamento, em que temos o BCash, focado em pequenas e médias empresas. Elas entram no ar com o comércio eletrônico no dia seguinte da contratação do serviço e recebem o dinheiro do produto na hora, mesmo que o usuário pague em mais vezes.

Por fim, temos o Ebit, serviço que informa a idoneidade das lojas, e o Quebarato, nosso classificado que está presente em 27 países. Ainda temos outros serviços e produtos em desenvolvimento, como o Navegue, que mostra onde o internauta passou e qual foi seu interesse.

Hoje temos 60 mil pequenas empresas que utilizam estas tecnologias para competir com as grandes. Criamos um ecossistema que se retroalimenta mas depende de inovação. Por isso a gente analisa o mercado o tempo todo para realizar aquisições e fusões que nos agreguem coisas que precisamos no momento.

Quais destes serviços foram desenvolvidos pelo Buscapé e quais foram adquiridos?

O Bondfaro era competidor do Buscapé e foi comprado. O ShopCliq e o SaveMe foram aquisições, sendo que este último era conhecido como Zip.me. Já a tecnologia do BCash foi adquirida em 2008 e lançada com algumas novidades em setembro de 2012, e o Recomind e o Moda It foram comprados por inteiro pelo Buscapé. O Hotmart, Cuponeria, Resolva.me, Meu Carrinho e Urbanizo vieram do programa 'Sua ideia vale um milhão'. Ainda temos mais startups e tecnologias em casa, mas que ainda não foram lançadas.

Para conseguir todas estas tecnologias e ferramentas, temos uma equipe focada nisso. Fizemos seis aquisições em cinco anos e todas foram encontradas pela equipe de M&A [merge and acquisitions]. Mas também contamos com 600 engenheiros que desenvolvem novas ferramentas.

E que tipo de empresa ou tecnologia vocês estão procurando agora?

O mundo é móvel hoje em dia e não poderíamos pensar em outra coisa. A internet está saindo do computador e indo para outros lugares. Temos de ter dinamismo para aproveitar estas mudanças. O futuro pode estar na TV, nos sistemas operacionais, como o Windows 8, nas redes sociais, mas tudo na forma de aplicativos, então, estamos olhando para isso.

Dê dicas para quem quer lançar um negócio, especialmente para quem quer participar do programa ‘Sua ideia vale um milhão’. Conte também como vocês trabalham com as empresas adquiridas.

Acredito que ter um bom time é o começo de tudo. Claro que a ideia deve ser boa, mas se a equipe for excelente pode até errar algumas vezes que não haverá problema. Aqui dentro nós ajudamos a ‘pivotar’ [trocar de projeto] ideas que não são tão promissoras. Um time comprometido, disciplinado e que funcione como um organismo completo, com programador, comunicador e comercial, não tem como dar errado.

O Recomind é um exemplo. A equipe era tão boa que a primeira ideia não vingou, mas nós ficamos com eles mesmo assim pois sabíamos que ao pivotar seria fácil alcançar o sucesso com aquela turma.

Acho que o Buscapé analisa mais o empreendedor do que a ideia em si. Aqui eles ganham um prolabore mais baixo e se tornam sócios da companhia. Em três anos eles podem vender parte do que têm e em cinco podem negociar a totalidade do que dispõem. Mas são poucas as pessoas que fazem isso. Já tivemos casos de empreendedores que viraram executivos da empresa e o contrário também já aconteceu. Depende do perfil de cada um.

Ao trazer o empreendedorismo para dentro da empresa, com boas ideias e pessoas capazes, é possível inovar o modelo de negócios e os serviços o tempo todo. Com esta estratégia nós criamos um ecossistema para vencer e que é bem mais difícil de ser derrubado.

Se você quiser participar do programa ‘Sua ideia vale um milhão’, vá até o site oficial do projeto.

OLHAR DIGITAL
 

terça-feira, 26 de março de 2013

Vaza suposta versão do Windows Blue, sucessor do Windows 8

Arquivo no formato ISO pode ser encontrado em sites de compartilhamento


Reprodução
Windows Blue
Uma possível cópia da próxima edição do Windows está disponível para download na internet. A versão, nomeada Windows Blue, já foi anunciada pela Microsoft, mas sua estreia era prevista para o final do ano.

Segundo as fontes ligadas ao upload da cópia, ela foi obtida com um parceiro da Microsoft na França. O arquivo está no formato ISO e tem 2,63 GB. Entre as diferenças de interface em relação ao predecessor estariam novos ajustes de tamanho e cor para os ícones da tela inicial.

O desempenho do sistema também estaria aperfeiçoado com melhor integração ao SkyDrive  e realização de multitarefa. O Internet Explorer seria outro destaque do Windows Blue, mas não há informações sobre suas novidades.

A Microsoft ainda não se pronunciou sobre o possível vazamento. Além do lançamento oficial marcado para o fim do ano, a empresa também confirmou a chegada de versões para teste do novo Windows nos próximos meses.
OLHAR DIGITAL

Principal data center da Apple usa energias renováveis

Fazenda próxima do centro de dados conta com paineis solares e células de combustíveis que convertem biogás em energia



Bloomberg
Fazenda da Apple
A Apple está usando energia renovável em seu principal data center, localizado em Maiden, na Carolina do Norte (Estados Unidos), segundo comunicado oficial da empresa.

Em maio de 2012, a companhia já tinha divulgado sua intenção de se tornar sustentável e desde dezembro as atividades do centro de dados passaram a ser verdes.

As fontes de energia usadas são eólica, solar e geotérmica, e alimentam servidores que armazenam músicas, aplicativos e outros serviços, como iTunes, iMessage e iCloud, informou a maçã.

De acordo Peter Oppenheimer, CFO da companhia, a energia do data center é gerada por uma fazenda próxima ao local. Os 100 acres (40 hectares) contam com painés solares e células de combustíveis que convertem biogás em energia.

"Acreditamos que estes esforços irão resultar em aprendizagens para outras empresas. Além disso, a comunidade poderá se beneficiar também", comentou Oppenheimer.

A companhia também informou que outro data center sustentável está em construção em Prineville, Oregon (Estados Unidos). A Apple recebe 75% do seu total de energia a partir de fontes renováveis. Este número representa aumento de 40% em relação ao ano anterior.

O executivo não informou quanto a empresa investiu nos equipamentos.

OLHAR DIGITAL
 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Carreiras e atividades específicas ajudam a desenvolver memória

Atores e professores têm a memória mais exigida.
Tenistas profissionais melhoram com a ajuda da neurociência.

 

Este é o quinto e último episódio da série especial "Cérebro, máquina de aprender". Durante toda a semana, o Jornal da Globo mostrará que a aplicação da neurociência, a ciência que estuda o cérebro, é capaz de resultados excepcionais na vida das pessoas.

 Murilo Rosa, 42 anos, ator. Elvira Souza Lima, 62 anos, professora. Será que essas duas profissões têm algo em comum? “As duas profissões que se caracterizam por conservar a memória em idades avançadas são a de ator e a de professor, as duas em que o indivíduo mais tem que ler. A leitura é uma das coisas que mais ajudam na memória, que mais exercitam a memória”, diz o neurocientista Ivan Izquierdo, da PUC/RS.

E acredite: malhar também faz bem à memória. Pesquisas de universidades americanas mostraram  que a prática regular de atividades físicas ajuda a pensar com mais clareza e melhora a aprendizagem.
Antes de ser ator, Murilo Rosa era atleta. Chegou a participar de dois campeonatos mundiais de tae-kwon-do. Murilo pratica, com frequência, duas coisas que ajudam e muito na memória: leitura e exercícios físicos. Não é à toa que ele lida com tanta tranquilidade com os textos que precisa decorar.

“O cérebro da gente é tão complexo, é tão interessante, que aquilo ali já vai se tornando parte de você. Vai ter uma hora que você vai estar repetindo aquele texto que você nem acredita que sabe daquilo”, diz o ator.

Aprender é criar novas memórias de longa duração. Um dos maiores especialistas no mundo em memória é categórico. “Todas as memórias são associativas. A memória é um fato associativo”, afirma Izquierdo.

Veja essa situação como exemplo: você pensou em Florianópolis, onde esteve em dezembro. Dezembro lembra o seu filho porque é o aniversário dele. Aí você se recorda da festa, do bolo do aniversário, do presente que ele te pediu. Isso te faz lembrar do cartão de crédito, que você usou para bancar a festa. Lembra de dinheiro e ativa áreas de matemática no seu cérebro.

A partir de agora, você passa a se concentrar nas contas que tem para pagar. É a chamada memória associativa, quando uma coisa leva à outra. Se você associar o que aprende a algum conhecimento antigo, que você já tenha, fica mais fácil guardar para sempre na sua cabeça.

É justamente o que tentam fazer os professores do colégio Porto Seguro, em São Paulo. Eles trabalham com fundamentos de neurociência. Um deles é transformar o aluno em protagonista.

“Você consegue não prestar atenção quando você é o centro das atenções? Não. Usar atividades em que o aluno faça algo, produza alguma coisa, colabore com os outros, é fundamental. Uma das melhores maneiras de aprender é justamente ensinar”, afirma a especialisa em educação e neurociênciaTracey Espinoza.

Outra descoberta da neurociência fundamental para aprendizagem é a importância do sono. “Nas últimas décadas, o que tem se mostrado é que o cérebro continua muito ativo durante o sono, e essa atividade está a serviço da consolidação da aprendizagem”, diz Fernando Louzada, doutor em Neurociência pela USP.

Se o estudante não dormir bem, não vai conseguir prestar atenção na aula, e ninguém aprende sem estar atento. Uma pesquisa da Fundação Americana do Sono revela que 60% dos adolescentes sentem sono de manhã.

Ou seja, matar a primeira aula, chegar atrasado na segunda e dar uma cochiladinha na terceira não é apenas corpo mole. É fruto dos hormônios. “O ideal seria o turno único, começando 9h, 10h, com atividades mais lúdicas, porque a maioria dos seres humanos é vespertina”, afirma Robert Lent, neurocientista da UFRJ.

Sair da cama cedo para praticar o esporte que mais ama não é sacrifício algum para Bruno Sant’Anna. Ele tem 19 e é uma das promessas do tênis brasileiro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Com o objetivo de aprimorar o desempenho de seus atletas, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) assinou um convênio com o laboratório de neurociência do esporte da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Hoje, basicamente, os tenistas reclamam da ansiedade e concentração. O nosso trabalho é em cima da concentração, que seria a tensão, e tem a ver com memória de trabalho, com tomada de decisão. Em todos os equipamentos, a gente monitora as funções executivas”, diz Emílio Takase, especialista em neurociência aplicada ao esporte.

A equipe criou softwares que ajudam a desenvolver o treinamento cognitivo dos tenistas.
 
Enquanto os atletas usam os joguinhos, os profissionais monitoram a frequência cardíaca, a respiração, as ondas cerebrais. “A princípio, acredita-se que o comportamento que ele vai ter nesse tipo de situação vai ser o mesmo em quadra, em situação de jogo. A gente procura treinar isso”, afirma Mark Caldeira, da CBT.

Bruno tem suado a camisa fora e dentro de quadra pra fazer bonito em 2016. Mesmo durante o jogo, lá está a equipe monitorando tudo. A ideia é deixá-lo sob pressão para ver como se sai.
“A pressão é um privilégio. Por melhor que você seja, você nunca pode ficar totalmente confortável numa situação de pressão", afirma o tenista Roger Federer. Palavras do maior vencedor de todos os tempos, que mudou completamente de comportamento ao longo da carreira.

No começo, Federer se descontrolava, mas acabou aprendendo a lidar com a pressão. Durante um ano e meio, teve um treinador mental, como ele mesmo diz, que fez toda a diferença na vida dele.
Hoje, vemos em quadra um Federer equilibrado, tranquilo, em paz, dono de um recorde de 17 Grand Slams. “É emocionante imaginar que o corpo humano pode fazer isso, porque existe aqui alguns quilinhos de matéria cinzenta que transforma os nossos desejos e pensamentos naquela poesia motora”, diz Miguel Nicolelis, chefe do departamento de Neurociência da Universidade Duke.

Série Cérebro - JORNAL DA GLOBO

sexta-feira, 22 de março de 2013

Projeto pioneiro une neurociência à educação em escolas no Brasil

Iniciativa é do neurocientista Miguel Nicolelis.
Neurociência explica e melhora desempenho de esportistas.

 

Este é o quarto episódio da série especial "Cérebro, máquina de aprender". Durante toda a semana, o Jornal da Globo mostrará que a aplicação da neurociência, a ciência que estuda o cérebro, é capaz de resultados excepcionais na vida das pessoas
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Parece bem difícil fazer a ultrapassagem na Fórmula 1, ainda mais a 300 quilômetros por hora, mas, para os pilotos profissionais, não é. Até porque, em muitos momentos, eles enxergam como se estivesse em “slow motion”.

“Você está atrás de um carro, e a reação é muito rápida. Tem que decidir rápido demais, mas a sua decisão, você acaba enxergando em câmera lenta. Mais ou menos imagina a reação do carro da frente também”, diz o piloto Felipe Massa.

Não são só os pilotos de Fórmula 1 que têm essa sensação. Uma pesquisa feita por neurocientistas de uma universidade da Inglaterra provou isso.

A maioria dos laboratórios de neurociência de Londres fica em volta da Queen Square, a "praça rainha". Foi no Instituto de Neurociência Cognitiva da University College que foi feita uma pesquisa comprovando essa percepção de muitos atletas.

O profissional está tão treinado, tão condicionado para, por exemplo, devolver uma bola em um jogo de tênis ou ultrapassar um carro, no caso de um Piloto de Fórmula 1, que o cérebro dele tem a ilusão de ter mais tempo pra fazer aquela ação. Essa ilusão, claro, é sempre muito bem-vinda.

O responsável pelo estudo é o neurocientista japonês Nobuhiro Hagura, que recebeu a equipe do Jornal da Globo no laboratório dele, na capital inglesa. Hagura diz que, com a ilusão de ver tudo em câmera lenta, fica mais fácil para o piloto profissional fazer a ultrapassagem, já que ele consegue processar com mais detalhes as informações que entram no cérebro dele.

Há exercícios que intensificam ainda mais essa percepção, como o que o piloto Bruno Senna faz antes das corridas. Parece uma brincadeira boba, mas está longe disso.

O piloto usa um óculos criado especialmente para este tipo de treinamento. É como se a lente ficasse piscando. A impressão é a de que estão acendendo e apagando as luzes. “Depois, você tira os óculos, e fica um pouco mais lento. O tempo na sua frente fica um pouco mais lento, porque você está vendo muito mais do que estaria vendo com o óculos. É como se você estivesse fazendo o seu cérebro usar mais a informação que ele tem”, afirma Bruno.

Era exatamente o que fazia o tio de Bruno, Ayrton Senna. Ele conseguia usar, como poucos, as informações que tinha e, sempre, impressionava os mecânicos. “O cara conseguia acertar o carro sentindo no corpo dele as nuances do asfalto, que a telemetria da Honda não conseguia detectar. Então o corpo dele era um transdutor para o cérebro dele que ultrapassava a tecnologia”, diz o neurocientista Miguel Nicolelis, chefe do departamento de neurociência da Universidade Duke (EUA).

Mas quantos Ayrtons existem? Se depender de Nicolelis, cada vez veremos mais brasileiros geniais no que fazem. O neurocientista já está fazendo a parte dele. Em Macaíba, na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, há um projeto pioneiro e ambicioso, que une neurociência à educação: o Campus do Cérebro, criado por Miguel Nicolelis.

A obra começou em 2010 e já impressiona pelo tamanho. É uma mega estrutura no meio de uma zona rural. Não há nada em volta. A construção deve ficar pronta ainda este ano. Será uma escola de tempo integral para 1.500 crianças ao lado de um grande centro de pesquisa de neurociência.

“A ideia é começar no pré-natal. Acompanha-se a mãe e a criança, cria-se um histórico, e aí a gente acompanha essa criança ao nascer até o final do Ensino Médio, agora em uma escola própria do Campus do Cérebro, onde as crianças vão poder ficar em tempo integral, desde o nascimento até o final do Ensino Médio”, afirma Nicolelis.

Não será a primeira experiência da equipe de Nicolelis em sala de aula. Desde 2007, eles são os responsáveis pelo projeto Educação Para Toda Vida, para jovens de dez a 15 anos. Em dois colégios no Rio Grande do Norte e um na Bahia, 1.500 alunos participam de aulas em laboratórios, oficinas de biologia, computação, ciências, robótica. “Em casa, ajudo a minha mãe, Quando quebra alguma coisa, eu a ajudo”, diz o aluno Adrian Everton Barbosa.

As aulas que eles têm são extracurriculares e apenas duas vezes por semana. Os alunos vieram de escolas públicas da região, onde continuam estudando, mas agora têm dois colégios, cada um em um turno.

“Nós fomos a escolas com dificuldades porque a minha proposta era essa mesma. Eu quero ir a um lugar onde ninguém iria, eu quero ir a um lugar onde as crianças jamais receberiam essa atenção”, diz Nicolelis.

O currículo é totalmente prático, inspirado no conhecimento neurocientífico de que o cérebro aprende por associação. “Quando a gente associa à prática, leva isso para o resto da vida”, afirma o professor André Ricardo Bandeira de Carvalho.

Os resultados são animadores. “O que eu estou percebendo desde o início do projeto, é, exatamente, o comprometimento dos alunos”, diz Itamar Bezerra da Nóbrega Neto, professor e coordenador da Oficina de Robótica.

“Eles passaram a ter um maior empenho nos estudos, passaram a ter um maior desejo de aprender”, afirma Dora Maria Montenegro, diretora do instituto. O projeto, que mudou a realidade desses alunos, deve servir de exemplo para outras escolas brasileiras.

“A escola tem que abrir a imaginação dessas crianças para o impossível. Elas têm que sonhar com o impossível, porque mesmo que elas não cheguem lá, o caminho para chegar ao impossível sempre vai dar lucro. Você sempre vai fazer alguma coisa que vale a pena”, diz Nicolelis.

SÉRIE CÉREBRO - JORNAL DA GLOBO
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Trabalho de neurocientistas melhora desempenho de estudantes e atletas

Treinamento aumenta a capacidade de concentração e o autocontrole.
Estudantes se aprimoram com jogos de tabuleiro e de raciocínio. 

 Este é o terceiro episódio da série especial "Cérebro, máquina de aprender". Durante toda a semana, o Jornal da Globo mostrará que a aplicação da neurociência, a ciência que estuda o cérebro, é capaz de resultados excepcionais na vida das pessoas.

 

Como você lida com os desafios que surgem na sua vida? Foi com essa pergunta na cabeça e a asa delta nas mãos que o recordista mundial em número de voos duplos, o carioca Ruy Marra, se jogou, sem medo, em uma área que tem muito a revelar: a neurociência, a ciência que estuda o cérebro, aplicada ao esporte.

Ruy já voou com 20 mil pessoas e notou que elas reagem de forma diferente na hora da decolagem. Ficou curioso para saber por que todo mundo garante que vai correr na rampa, mas só 5%, de fato, correm para valer.

O instrutor e o aluno dele têm que alcançar 19 quilômetros por hora nessa corridinha antes do voo. Neste momento, o cérebro joga adrenalina no sangue. O coração começa a bater mais rápido. Os pulmões também passam a respirar mais rápido para gerar mais oxigênio. Todos os músculos do corpo se contraem para formar uma espécie de couraça de proteção. Agora, sim, o corpo está preparado para começar o voo.

Ruy quis saber o que se passa na cabeça das pessoas quando estão diante de situações de tensão. Fez uma pesquisa com 2 mil pessoas que voaram com ele durante dez anos. “Eu comecei a encontrar padrões de comportamento sob estresse. Na praia, eu tinha um questionário sobre tônus afetivo, sobre pai e mãe, matriz emocionais parentais, interações sociais”, diz.

Ruy descobriu que a reação de cada um depende do afeto que essa pessoa recebeu na infância. Neurocientistas afirmam que as trocas afetivas entre pais e filhos no começo da vida são fundamentais para a formação do sentimento de segurança nessa criança no futuro.

Ruy, que é neurocientista, estudou muito e percebeu que poderia ajudar atletas a melhorar seu desempenho trabalhando o cérebro deles. “Imagina que você está na área de aquecimento agora. Trabalhando a respiração. Focada nos movimentos. Que você vai executar durante a luta. Imagina as adversárias que você vai enfrentar”, diz à judoca Kelly Rodrigues. Parece um joguinho bobo, mas fez toda a diferença na vida de Kelly.

Moradora da Rocinha, no Rio de Janeiro, a maior favela da América Latina, ela começou a lutar há cinco anos. O início foi bem difícil. “Ficava nervosa, tremendo, e, na hora de lutar, não conseguia fazer, acabava caindo. Quando o Ruy começou a ajudar a gente com respiração, eu comecei a ter mais foco, conseguia escutar mais o técnico, que não conseguia antes”, afirma a judoca.

A Confederação Brasileira de Judô também usa neurociência no treinamento de seus atletas, e teve resultados. O judoca Rafael Silva, o Baby, ganhou bronze em Londres. “O esporte é feito de detalhes. Todo mundo chega muito treinado, mas, na hora, ali, o mental vai definir a luta, quem está melhor preparado mentalmente”, diz. Fazer parte da seleção brasileira em 2016 é o sonho da Kelly, e ela está lutando muito pra conseguir.

Os neurocientistas usam um aparelho chamado biofeedback nos atletas. Um sensor é colocado na orelha dos judocas para medir a frequência cardíaca.  Quando estão nervosos, ansiosos, o batimento fica irregular.

Para evitar isso, os atletas aprendem uma técnica de respiração para treinar o coração, que envia sinais elétricos para o cérebro. São esses sinais que fazem a asa delta do joguinho ganhar altura e velocidade.

O treinamento aumenta a capacidade de concentração e o autocontrole dos judocas.  Explorar a pausa é o que fazem também os alunos de uma escola municipal de Caucaia, cidade que fica na região metropolitana de Fortaleza. “Antes eu fazia as contas sem pensar, agora eu penso como o método do semáforo, que a tia ensinou: tem que parar, pensar e agir”, diz o estudante Alexsandro Garcia Pereira, de 11 anos.

A metodologia do semáforo é simples e muito funcional. “Quando a gente está na aula de história e geografia, eles param para pensar. Não é que nem antes, que eles diziam qualquer resposta para ser engraçado”, afirma a professora Valdenir Cavalcante.

As crianças são incentivadas a fazer uma tarefa de cada vez. Neurocientistas são unânimes em afirmar que ninguém consegue prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.

“Quando a gente diz que consegue ler e ver televisão ao mesmo tempo, não consegue. Seus olhos podem continuar se movendo na página, mas ou você registra o texto que está ali na frente dos seus olhos, ou você registra o texto que está ouvindo da televisão. As duas coisas ao mesmo tempo nao acontecem”, afirma a neurocientista da UFRJ, Suzana Herculano-Houzel. “O que a gente consegue fazer é alternar entre duas coisas”, diz.

A escola de Caucaia é uma das mais de 600 que trabalham com um método israelense, baseado na neurociência, trazido ao Brasil pela pedagoga Sandra Garcia.  Eles usam jogos de tabuleiro e de raciocínio. 

“Eu aprendi a raciocinar mais, a pensar mais, e melhorei muito nas matérias”, diz a estudante Michele Martins.“Eu não conseguia pensar, fazia tudo ligeiro, aí eu tirava nota baixa. Agora, eu começo a pensar e fazer as contas direito”, afirma o estudante Francisco José Guimarães.

Eles têm apenas uma aula por semana de 50 minutos com os jogos e acabam levando o que aprendem para as outras matérias. “O jogo usa o raciocínio, você encontrar uma outra maneira de resolver uma questão. É o que eu sempre digo para eles, que não existe só uma resposta. Você não pode chegar à resposta só por um caminho. São vários caminhos para chegar a uma mesma resposta”, afirma Valdenir.

Não é só na escola que eles aprendem. Os estudantes ganham os tabuleiros e levam para casa. Alexsandro, aluno do colégio há quatro anos, mora com a família na zona rural de Caucaia. “Eu perdi a vergonha, tenho mais coragem de ler, falo mais com as pessoas. Ler nos ajuda a ser alguém na vida”, diz.

Reportagem: SÉRIE CÉREBRO - JORNAL DA GLOBO

 

Análise: Google Keep é simples e rápido

Serviço que agrega texto, áudio e imagem ainda enfrenta instabilidade em navegadores, mas funciona bem no Android


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Google Keep
O Keep, serviço do Google para notas, estreou há algumas horas. Ainda inacessível por meio do navegador, ele já pode ser baixado na Play Store. O sistema tem funções similares às do Evernote, o que coloca o aplicativo do elefante em pé de concorrência com a gigante das buscas.

No smartphone, o Keep oferece quatro opções de notas: anotação, lista, voz e fotografia. Os dois primeiros casos tratam de pequenos textos, com possibilidade de checar itens no caso da lista. Imagens e cores podem ser adicionadas em ambos os tipos.

Na opção de voz, o usuário pode gravar uma breve mensagem por meio do microfone do seu smartphone. A fala é transcrita e também fica disponível em arquivo de áudio. O ícone para fotos adiciona uma imagem à série de notas. Não há opção para vídeos.

De interface simples, o Keep agrupa todas as notas em blocos ou retângulos. Nos dois casos é possível mudar a ordem do que foi guardado no serviço. Também é possível arquivar notas antigas, acessíveis por meio da busca do aplicativo.

Segundo o Google, há um recurso que coloca o aplicativo na tela de bloqueio do smartphone, facilitando seu uso, disponível apenas para a versão 4.2 do Android. Todas as outras funções só estão acessíveis para o sistema operacional do Google, única plataforma com suporte ao Keep até então.

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Chegada de operadora americana pode baratear TV paga

Início das atividades depende apenas do pedido de autorização


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Dish TV
A operadora americana de TV por satélite DishTV estará em breve à disposição dos brasileiros, diz a Folha de S.Paulo. O jornal informa que a Anatel só aguarda o pedido de autorização para início das atividades.

Especula-se que a chegada da operadora, do bilionário Charles Ergen, diminua em até 30% os preços dos pacotes de TV por assinatura. Atualmente o mercado é dominado essencialmente por Sky e Net que, juntas, têm cerca de 70% dos assinantes.

Antes de desembarcar por aqui, a DishTV buscou acordos para reduzir seus investimentos locais. Segundo a Folha, a negociação com a Telefônica girou em torno de uma parceria em que a companhia espanhola compartilharia 670 mil assinantes que hoje recebem TV e internet pela tecnologia micro-ondas.

No entanto, o acordo foi inviabilizado depois do leilão de 4G, realizado em junho de 2012. Vencedora da disputa, a Telefônica foi obrigada a desistir das licenças de micro-ondas devido à sobreposição, prática proibida pela legislação do setor.

A Oi também chegou a ser sondada pela empresa norte-americana, mas as conversas não evoluíram.

A vinda da Dish se tornou possível graças à Huges, empresa também controlada por Ergen, vencedora de um leilão da Anatel para lançamento de satélite no espaço brasileiro. Na ocasião, o lance de R$ 145 milhões e ágio de 3.500% afastaram a Sky da disputa.
 

Coreia do Sul sofre ciberataque e culpa país vizinho

Governo suspeita que a paralisação dos sistemas de emissoras de TV e bancos foi provocada pela Coreia do Norte 



Telegraph
Ciberataque
Pelo menos três emissoras de televisão e dois bancos da Coreia do Sul tiveram seus sistemas interrompidos, devido a um possível ciberataque.

De acordo com o jornal britânico Guardian, as companhias ficaram paralisadas às 14h (2h no horário de Brasília) desta quarta-feira, 20.

O Escritório da Presidência da Coreia do Sul investiga o possível envolvimento da Coreia do Norte no incidente. Segundo a agência local Yonhap, as autoridades do país não descartam nenhuma possibilidade.

“Estamos tentando determinar a causa da paralisação das redes. Os relatórios [da interrupção] chegaram simultaneamente”, disse autoridade da Presidência à agência.

As autoridades sul-coreanas apontam que desde 2009 o regime comunista atacou vários sites de organizações estatais do país, além dos principais bancos do país e de e-mails de uma grande universidade.

A Coreia do Norte negou sua participação nos ataques. Recentemente, o governo acusou o país vizinho e os Estados Unidos de tentar derrubar seus servidores de internet. (saiba mais aqui).



quarta-feira, 20 de março de 2013

Google cria buscador de GIFs

Novidade entrou em testes nesta semana, junto com ferramenta para achar PNGs


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gif
O Google decidiu facilitar a pesquisa por imagens animadas em seu buscador com a adição de filtros específicos à ferramenta.

A novidade foi confirmada hoje pela companhia com uma nova opção no 'Images' relacionada a imagens "animadas".

Há um campo para fotos transparentes, o que indica não só a criação de atalhos para GIFs, como também uma para PNGs.

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Já era possível encontrar esses dois por lá, mas especificando com o acréscimo do tipo de arquivo ao campo de busca.

Nós já falamos aqui no Olhar Digital sobre um buscador específico para GIFs, o Giphy. Conheça-o clicando aqui.

 

Saiba como o Brasil se protege de ataques virtuais

Chefe do Centro de Defesa Cibernética explica o funcionamento da estrutura que previne contra golpes digitais



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Hacker
Kaluan Bernardo

Com um calendário repleto de grandes eventos, o Brasil carrega responsabilidades de zelar por seu nome e apresentar ao mundo uma imagem positiva. Nesta rotina há uma grande preocupação com infraestrutura, organização e segurança. E tudo isso passa também pelo campo virtual, que tem recebido cada vez mais investimentos.

Um dos principais responsáveis pela manutenção da segurança virtual no país é o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), fundado em 2012 para articular-se com outras intituições de internet e prover a segurança das redes públicas.

O departamento, criado pelo Ministério da Defesa, deverá receber R$ 400 milhões em investimentos até 2015. “Cerca de dez projetos receberão esses recursos”, diz o general José Carlos dos Santos, chefe do CDCiber, em entrevista ao Olhar Digital.

Segundo ele, 41% da verba é destinada a melhorar a estrutura e segurança de rede; 30% é investido no treinamento e capacitação do efetivo, além do desenvolvimento de ferramentas, como o simulador de defesa cibernética; os outros 29% são distribuídos em divisões menores, como pesquisa, inteligência cibernética, sistema de criptografia, gestão de pessoas e arcabouço documental.

O órgão ainda não tem sede própria e, por ora, fica hospedado com o Exército em Brasília. “É difícil calcular nosso efetivo exato, pois há muita gente que se articula conosco indiretamente. Mas imagino que há cerca de 300 pessoas trabalhando diretamente”, diz Santos, que espera contar com 140 funcionários próprios – todos militares - até 2015.

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Centro de Defesa Cibernética. Foto: Folha de S.P. 

Uma das principais defesas do CDCiber em grandes eventos é a ferramenta de análise de riscos, utilizada para identificar pontos vulneráveis e evitar possíveis danos. Os dados colaboram para a gestão integrada de ativos e troca de informações com agências que lidam com seguranças de redes.

Mas nem sempre a responsabilidade total é atribuída do órgão. “No caso dos sites dos comitês de cada país participante da Copa das Confederações, não é o CDCiber que deve defendê-los", explica Santos. "Mesmo assim nos reunimos com os responsáveis para cruzar informações e ajudá-los a se defenderem”, completa.

De acordo com o general, uma das maiores preocupações do órgão é em relação à atividade de hacktivistas, que muitas vezes coordenam ataques de negação de serviço ou tentativas de pixação online. Segundo ele, o país se destaca nesta modalidade e a atividade é intensa.

Apesar disso, para Santos, há avanços na área cibernética brasileira. “Hoje temos um quadro mais seguro porque antes não tínhamos a lei de crimes digitais [também conhecida como Lei Carolina Dieckmann], que consegue categorizar crimes virtuais”, explica.

Em casos de ataques, o CDCiber trabalha em conjunto com a Polícia Federal para identificar a origem do golpe, descobrir quem é o responsável e abrir um processo contra ele. “Apesar de [a lei Carolina Dieckmann] não ser perfeita, ela é muito importante para uma internet mais segura. Vai inibir grupos locais de promoverem tais ataques”, defende.

Falta a defesa cibernética civil

O representante do Exército acha que o Brasil carece de um órgão equivalente ao CDCiber focado na estrutura civil. “É uma necessidade que o país está sentindo”, afirma. “Hoje, na prática, o trabalho da instituição é muito mais voltado à defesa cibernética em grandes eventos”, diz.

Para ilustrar sua tese, Santos cita a principal lição do trabalho executado na Rio+20, conferência realizada ano passado pela ONU para debater sustentabilidade: integração e coordenação do CDCiber com outras empresas e instituições. "É fundamental para resistir a ataques cibernéticos”, acredita.