quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A mente por trás do Big Data

Saiba como é o trabalho dos cientistas de dados, os profissionais que transformam informações em ações práticas 

 

Imagine coletar 6 milhões de dados por dia, entre fotos, vídeos e textos, e tentar tirar deste gigante acervo uma única resposta. A tarefa pode parecer impossível para alguns, mas para os cientistas de dados esta é uma missão diária.
O profissional é a mente por trás do Big Data e o responsável por transformar grandes quantidades de dados em ações práticas – trabalho que exige técnicas específicas e experiência. A pessoa que traduz planilhas em 'insights' tem de saber criar modelos estatísticos e aplicar algoritmos.
"A tecnologia apresenta dados consolidados e cheios de informações valiosas, mas a consolidação e decisão vêm da mente humana", diz Samir Nassif, arquiteto de sistema de Big Data da IBM Brasil.
Ele explica que a partir das aplicações de algoritmos, o profissional busca por grupos de afinidades e, assim, descobre perfis e tendências incorporados nos dados. Segundo Nassif, qualquer análise parte de uma pergunta ou problema, que precisam de respostas.
"É um mundo exploratório suportado por técnicas. Testamos massa de dados e procuramos soluções" explica. "Uma empresa de seguros agora pode estipular o valor correto de uma apólice baseada em centenas de outras informações disponíveis, como dados do GPS [para revelar locais freqüentados], freio, acelerador...", exemplifica.
Além de experimentar e empregar técnicas, o executivo afirma ser necessário saber aplicar as informações encontradas de forma inteligente. Ele ressalta que os mercados exigem diferentes abordagens, apesar de a tecnologia ser similar na maioria das empresas.
Na saúde, um caso exemplar é o 'Flu Trends' do Google. Baseado nos dados do buscador, a empresa desenvolveu um projeto no qual consegue identificar tendências de propagação de gripe antes de números oficiais refletirem a situação. Essa mesma técnica pode ser aplicada para analisar inflação, desemprego e muitas outras coisas, o que muda são os dados coletados e os propósitos.

No transporte, um aplicativo criado em Boston (Estados Unidos), e lapidado por um grupo de Somerville, conseguiu encontrar e corrigir buracos nas ruas da cidade. O 'Bump Smart' utiliza o acelerômetro do telefone para detectar colisões na estrada. Quando um carro bate em um buraco, o aplicativo envia informações sobre o impacto, incluindo a sua localização, a um banco de dados. A partir daí, os responsáveis sabem quais os locais que precisam de reparos e quais são prioridade, já que mais carros passam por ali.
Cursos
Nassif comenta que o profissional dificilmente vem de formação tecnológica, apesar de trabalhar diretamente com TI. Usualmente o cientista de dados é formado em estatística e agrega ao perfil conhecimentos de programação. No mercado ainda é possível encontrar matemáticos e cientistas da computação que atuam como analistas.
No Brasil, ainda não há graduação para se tornar um cientistas de dados, apenas cursos de especialização e pós-gradução. Confira abaixo alguns dos programas oferecidos:

Emap - Técnicas para Big Data

FIA - Pós-graduação

BandTec - Curso reestruturado com foco em BD

Ibope - Workshop

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